Para quem chegou até este blog por acaso ou engano:
Aqui se escreve sobre a política e o modo de viver de uma cidade chamada Bagé, localizada no Sul do Rio Grande do Sul, um Estado da República do Brasil, no continente Americano do Sul. Aqui também se ironiza e se cultiva o bom humor, mas principalmente, lembra-se às autoridades que não se legisla ou governa de qualquer jeito, sem responsabilidade ou sem o olhar envolvente de quem está atento às coisas do mundo.

sábado, 15 de janeiro de 2011

O prefeito, 
os vereadores
e o labirinto
O prefeito Luis Eduardo Colombo levou Mário Brião para o seu Gabinete na Prefeitura. Mário é servidor do Legislativo há quase 30 anos, ajudará em muito na qualificação dos projetos e a relação técnica do Executivo com a Câmara. 
Porém, isso é pouco e não basta. 
O tumulto nas relações entre o prefeito e os vereadores percorre outros caminhos. 
O ranço político, velho conhecido do município de Bagé, tomou seu lugar na cadeira principal do prédio imponente da esquina da General Osório com Juvêncio Lemos. Ao assumir o cargo em 2009, Dudu Colombo resolveu tomar para si os ares de todo poderoso, não soube suportar a marca midiática de sombra de Mainardi, tentou livrar-se do rótulo e acabou botando os pés pelas mãos. 
Não era para tanto. Deveria ter lido um pouco da filosofia de Sidarta Gautama, o Buda, que aconselha o caminho do meio. Nem tanto ao céu, nem tanto à terra.  
Parece que um "grilo falante" soprou nos ouvidos do seminarista de Quaraí que ele só seria grande se fosse diferente de Mainardi e impusesse o seu estilo, bem mais cristão, cheio de abraços e sorrisos. 
Portanto, se Mainardi não ia no Parque da Rural, Dudu teria de ir; se Mainardi não se reunia com o Sindilojas (de Fernando Dalé), Dudu teria de se reunir e, se possível, apertar laços; se Mainardi trabalhava com um grupo político, Dudu teria de radicalizar e trabalhar com outro, bem diferente...
O pior de tudo isso, é que o ex-prefeito manteve maioria na Câmara e soube trabalhar com os vereadores. o atual prefeito, que tem experiência maior que o outro no Legislativo, menosprezou sua base  desde o primeiro dia de governo.
Não adianta (nada) levar um técnico legislativo para o executivo, é preciso fazer as pazes com a Câmara, é preciso acarinhar os vereadores da base, é preciso dizer aos parlamentares do PT que o Governo Municipal é do PT, o partido deles. 
Parece que agora é tarde para tentar juntar os cacos. O vaso quebrou e a matéria-prima é rara.
Se não, vejamos. 
Adriana Lara foi proibida de se aproximar da Prefeitura, jamais foi ouvida nas decisões de governo e se possível haveria uma placa na portaria dizendo "não entre".
Jussara Carpes conseguiu emplacar sua ex-fiel escudeira na Secretaria de Cultura - Roséli Safons, que foi tragada pelos "encantos" do prefeito enquanto virava o rosto para sua feiticeira-mor. Roséli e Jussara são inimigas. A vereadora, líder da corrente petista Unidade na Luta, pediu o cargo de volta, Dudu amarrou, amarrou e amarrou. Até que resolveu ceder. Aí era tarde demais, Jussara não quis mais o brinquedinho do prefeito.
Silvio Machado, sempre sereno em suas tratativas,  cansou de esperar que algum de seus projetos fosse executado pelo prefeito. Até uma simples "casinha" para os taxistas do ponto do bairro Mascarenhas de Morais foi negada. Isso sem contar as verbas que conseguiu com o deputado federal Marco Maia e que foram se perdendo ao longo dos meses por falta de iniciativa do Executivo.
Trocando em miúdos, Luis Eduardo Colombo perdeu o fio da meada. E como no conto mitológico, sem o fio poderá ser vencido pelo monstro Minotauro, pois não conhece o caminho de volta. 
Chegará o momento em que ouvirá os passos e a respiração do monstro. Entrará em desespero. Tentará correr. Mas, sem rumo, restará um grito de socorro que não será ouvido. 
A idéia de ter ao seu lado um técnico do legislativo, mesmo levando a laterna à testa, não permite decifrar os enigmas de um labirinto politico.