Para quem chegou até este blog por acaso ou engano:
Aqui se escreve sobre a política e o modo de viver de uma cidade chamada Bagé, localizada no Sul do Rio Grande do Sul, um Estado da República do Brasil, no continente Americano do Sul. Aqui também se ironiza e se cultiva o bom humor, mas principalmente, lembra-se às autoridades que não se legisla ou governa de qualquer jeito, sem responsabilidade ou sem o olhar envolvente de quem está atento às coisas do mundo.

sexta-feira, 22 de junho de 2012

O NEPOTISMO

 DE SILVIO MACHADO

 E DUDU COLOMBO


ISTO É O QUE ESTÁ NA PÁGINA ON LINE DO MINISTÉRIO PÚBLICO DO RIO GRANDE DO SUL:

Acolhendo pedido liminar em ação civil pública por atos de improbidade administrativa e para reparação de dano ao erário ajuizada pelo Ministério Público, a 1ª Vara Cível da Comarca de Bagé ordenou a imediata exoneração da esposa, nora e genro do Presidente da Câmara de Vereadores que ocupam cargos em comissão no Município. 

A decisão judicial também determinou a revogação de Funções Gratificadas (FGs) e gratificações de 100% concedidas ao filho e outro genro do vereador que atuam junto a Câmara Municipal e a sua filha que trabalha na Prefeitura. A ação civil pública é assinada pelo promotor de Justiça André Barbosa de Borba. 

Na ação, que se baseia na Súmula Vinculante 13 do STF, é postulado o reconhecimento da prática de atos de improbidade administrativa pelo Presidente da Câmara de Vereadores, Prefeito de Bagé e parentes do vereador que foram beneficiados com a aplicação das sanções correspondentes. O MP pede, ainda, o ressarcimento dos valores indevidamente recebidos. 





COMENTÁRIO A RESPEITO DESSES TRISTES ACONTECIMENTOS DA VIDA PÚBLICA DE BAGÉ


Há um mês, mais ou menos, publiquei no FOLHA DO SUL e aqui neste blog, um texto intitulado “Sobre político lacaio e imprensa”, que iniciava da seguinte forma:

Tem um poema famoso do alemão Bertolt Brecht que se refere ao “analfabeto político” - aquele que estufa o peito e se orgulha de dizer que odeia política, mas não sabe ser ele o culpado por existir o pior de todos os bandidos que é o político corrupto, vigarista e lacaio.
 
Pois bem, quase nada mudou dos anos 30, quando o poema foi escrito, para os dias de hoje. E não é preciso ir à Alemanha, Rússia ou Brasília...
O vigarista e lacaio continua por aí e por aqui, mais próximo do que a gente imagina, mais ao nosso lado que pode detectar nosso vão conhecimento da vida cotidiana.
Mas, não é impossível percebê-lo. Pois tem duas caras, uma que se manifesta na multidão de eleitores, fingindo gentileza, e outra no recôntido das ações canhestras e espúrias dos gabinetes, onde bate à mesa e chuta palavras stalinistas aos quatro ventos.
Ah, o político vigarista e lacaio, abomináveL no Legislativo e no Executivo. Na Câmara de Vereadores e na Prefeitura
.

Não escrevi esse texto à toa.
Tem gente que entra para a política confiando na ignorância universal, menosprezando a capacidade de discernimento das pessoas. Entra na política de má fé. “O dinheiro público é o dinheiro que não precisa de respeito, pois os ignorantes não sabem dele”, é o que pensam e assim tutelam seus atos.
O que é esse nepotismo na Câmara e na Prefeitura, afinal?
Quem assinou a nomeação dos parentes? Quem fez isso?
Quem é o responsável pela Prefeitura?
Como alguém não mede seus atos? Como pode pensar que estará a vida inteira impune, que não existe lei para ele?
Ou será que tais governantes dirão que não conheciam a LEI QUE PROÍBE o emprego de parentes no serviço público?
Quando a vereadora Jussara Carpes denunciou e demitiu “servidores” no exercício temporário da presidência da Câmara foi taxada de “destrambelhada”, “louca”, “irresponsável” e que seus atos de nada valiam.
Também não consigo entender ser contra a corrupção até por ali, como a MARCHA DE BAGÉ CONTRA A CORRUPÇÃO, que parou porque podia atingir Bagé. Ora, a marcha era para além das divisas de Bagé?
Parece aquela história do comunista que divide tudo o que é dele. Lembram?
- E se tu tivesse mil cabeça de bois, o que farias?
- Dividiria com quem não tem nada.
- E se tivesse dois mil hectares de campo?
- Dividiria com quem não tem nada.
- E se tivesse 20 casas?
- Epa! Pára lá. Vamo’ deixar de brincadeira. Isso eu tenho!
É isso. São os pesos e as medidas! Conveniência.
A pergunta sobre irregularidade na Câmara, eu, como colunista político, já havia feito. E a resposta que me foi dada: - Não. Não existe nada. Está tudo legal.
- E eu acreditei. Como tenho acreditado em tantas, tantas informações “oficiais”.
É urgente que as investigações sobre nepotismo e outras irregularidades continuem sendo feitas na Prefeitura.
Se um só tinha seis parentes empregados – e muitos sabiam disso -, aqueles que sabiam quiseram usufruir da mesma “regalia”. Conhece-se muito bem esse mundo para entender que a frase corrente na política é a seguinte: “Se não deu nada com ele, não vai dar comigo!”
Investiguem e descobrirão!