Para quem chegou até este blog por acaso ou engano:
Aqui se escreve sobre a política e o modo de viver de uma cidade chamada Bagé, localizada no Sul do Rio Grande do Sul, um Estado da República do Brasil, no continente Americano do Sul. Aqui também se ironiza e se cultiva o bom humor, mas principalmente, lembra-se às autoridades que não se legisla ou governa de qualquer jeito, sem responsabilidade ou sem o olhar envolvente de quem está atento às coisas do mundo.

segunda-feira, 16 de janeiro de 2012


VETO TOTAL
O prefeito Luis Eduardo Colombo vetou as emendas
da Câmara de Vereadores ao Orçamento Municipal
de 2012. Veto total. As emendas, que somam 19,
foram de autoria de Adriana Lara, Jussara Carpes e
Silvio Machado, todos integrantes de um mesmo
grupo político opositor ao governo municipal. 
Não é necessário ser um expert em política
bageense para entender que se trata de um ato político.
O prefeito está em seu direito, que é o de vetar.
No entanto, houve diálogo dos vereadores com
entidades e instituições de Bagé para chegar à conclusão
que determinadas emendas são necessárias.
Algumas argumentações do Executivo para os vetos
beiram ao deboche, como aquele que diz que o
recurso indicado para a construção de uma ponte é
insuficiente. Ora, isso é uma questão de diálogo. E
quando se fala em diálogo, não se trata de algo pessoal,
mas institucional.
O prefeito, os secretários municipais e os vereadores
são representantes institucionais, não são indivíduos
em disputa pelo poder nas eleições que se
aproximam. Isso é outra história. O duelo tem data
marcada e campos definidos.
Este comentário não pretende ser um ensaio de
ingenuidade política, mas um alerta à racionalidade,
é preciso saber separar o joio do trigo. O ensinamento
bíblico é sábio, inclusive para o atual momento político
vivenciado pelas duas facções políticas, uma
que se abriga na Prefeitura e outra na Câmara.
Vetar emendas ao Orçamento porque provém de
um grupo que pretende conquistar a Prefeitura em
2012 não é justificativa racional.
E se as mesmas emendas brotassem dos gabinetes
de Paulinho Parera, Omar Ghani e Ruben Salazar,
como seriam tratadas?
Não é permitido aos governantes determinados
comportamentos. A máxima de que “aos amigos as
benesses da lei e aos inimigos seus rigores”, trata-se
de uma canalhice sem tamanho. Portanto, não deve
ser levada à prática.
Ou, quebra-se o Estado de Direito.
Em resumo, mais uma vez faltou ao governo habilidade
politica.
Afinal, não é possível que um prefeito que reabriu
o diálogo com entidades como a Associação/Sindicato
Rural, Sindilojas e politicos de todas os partidos no
início de seu governo, retroceda em suas atitudes
quando seu mandato chega na reta final.
Este comentário não atesta que todas as emendas
deveriam ser liberadas. Não. Critica, isto sim, a falta de
diálogo e o desinteresse em buscar essa conversação
de forma racional.
Ora, o grupo da Câmara - Silvio, Jussara, Adriana e
Divaldo Lara (este último não tem seu nome nas emendas,
mas deu ideias) não podem ter errado em todas as
emendas. O Fundo Municipal de Cultura, por exemplo,
precisa de dinheiro, assim como as casas sociais
de auxílio a pessoas carentes e mulheres vítimas de
violência. A Prefeitura alega que já faz sua parte. E
pronto. Sem diálogo.
Não há santos nessa história, de um lado e outro,
mas não é possível que a política de Bagé seja
satanizada dessa forma.
Passa o tempo, passam os governantes e a política
continua sendo, apenas, uma alegoria gramatical para
exemplificar o que é a arte do bem comum.