Dudu e o Medo de Avião
O prefeito Luis Eduardo Dudu Colombo convidou o vereador Ivan Casartelli, do PR, para uma viagem a Brasília, Capital Federal, terra da Esplanada dos Ministérios, do Congresso Nacional, das asas Norte e Sul, do Eixo... Enfim, Brasília! Está lá o documento na Câmara de Vereadores. É verdade.Cenário: Aeroporto Salgado Filho. Porto Alegre.
Então, Ivan se preparou todo... colocou perfume, ajeitou a tintura, arrumou as malas e se foi para o aeroporto Salgado Filho, em Porto Alegre, a Capital dos gaúchos, para dali tomar um avião em direção a Brasília, Capital Federal, terra da Esplanada... blá blá blá.
Enquanto aguardava o prefeito Dudu, o vereador ensaiava algumas ideias para transmitir, algumas sugestões, quem sabe a indicação de um nome para algum cargo e.... nada do prefeito chegar.
Espera. Espera. Espera e chega... a Valéria Rodrigues, secretária de Saúde de Bagé... mas, sem o Dudu.
- Ué? Cadê o Dudu?
- O prefeito? Ah, não sei. Quer dizer... ele resolveu ficar em Bagé. Não vem mais.
- Mas, por quê? - questionou Ivan.
- Sei lá... talvez vá chover em Brasília... talvez, com a notícia de que o Mensalão sempre foi verdade, ele pense que o pessoal não vai querer conversar com a gente... Não sei. Talvez o Sapiran tenha aconselhado ele a ficar. Talvez, o Kiwal tenha piorado a situação dele com a Câmara... talvez, o Márcio Garcia esteja enchendo o saco... Não sei, vereador, existem muitas coisas entre a terra e o céu que possa entender nossa vã filosofia.
Então, os dois foram ao check-in para em seguida partir para Brasília. Fazer o quê, ninguém sabe. Talvez medir a pressão, doar sangue... Dizem que tem uma promoção de bíblias em Brasília muito em conta.
- Será que o prefeito Dudu tem medo de avião?, pergunta Ivan.
- Não sei. - responde Valéria.
- Puxa vida. Ele podia ter me dito. Se é medo de avião, faço uma oração e passa.
- Acho que não é medo de avião, vereador.
- Não? Como é que tu sabe?
- Porque ele viaja de avião todos os meses.
- É mesmo. Tem razão. Por que será, então?
CAI O PANO RÁPIDO. APAGAM-SE AS LUZES, O AVIÃO DECOLA E TERMINA O ESPETÁCULO COM UMA DÚVIDA INFERNAL.
(Esta também é uma história real. O prefeito e o vereador estavam agendados para viajar nessa segunda, mas o chefe do Executivo não apareceu.)