Para quem chegou até este blog por acaso ou engano:
Aqui se escreve sobre a política e o modo de viver de uma cidade chamada Bagé, localizada no Sul do Rio Grande do Sul, um Estado da República do Brasil, no continente Americano do Sul. Aqui também se ironiza e se cultiva o bom humor, mas principalmente, lembra-se às autoridades que não se legisla ou governa de qualquer jeito, sem responsabilidade ou sem o olhar envolvente de quem está atento às coisas do mundo.

quarta-feira, 31 de agosto de 2011

A REUNIÃO DO PT, DOMINGO.
ALGUNS PONTOS ABORDADOS
E O SEGREDO REPUBLICANO
A direção do Partido dos Trabalhadores
do Rio Grande do Sul esteve em
Bagé no domingo, 28, para uma reunião
com os partidários do Executivo
e da Câmara. Participaram o prefeito,
os secretários municipais, os vereadores
e alguns penetras necessários.
Na pauta, o problema do PT de
Bagé, que trava briga cerrada, tendo
de um lado o grupo do prefeito Dudu
e de outro vereadores da sigla, como
Jussara Carpes, Edegar Franco,
Adriana Lara, Téia Pereira, que agora
é suplente, e Silvio Machado. Este último
está mais para a neutralidade no
momento. O peso mais pesado nessa
briga não estava e foi ouvido pela direção
executiva estadual, em Porto
Alegre na semana passada, Luiz
Fernando Mainardi.
O combate travado domingo na
sede do Partido dos Trabalhadores se
arrastou das 14h até a entrada da noite.
Depois de muita discussão, chega-
se à conclusão que o pessoal do
prefeito não abre mão de “torrar” os
críticos do governo na Comissão de
Ética do partido. Ou melhor, segundo
disse uma das figuras históricas
do PT, em alto e bom som, em plena
reunião, se os vereadores que assinaram
a CPI dos Shows dos 200
Anos retirarem as assinaturas não
haverá comissão de ética.
Houve quem saltasse da cadeira.
“A direção pode até querer isso, como
quer, mas não é coisa que se diga. Eis
uma proposta indecente”, comentou
outro petista. Também foi lembrado
que com a CPI da Fazenda o prefeito
não teve objeções, mas agora tem e
até demais.
Marcada pela intolerância, talvez de
ambas as partes, a verdade é que na
reunião interminável não houve acordo,
e nem haverá. “O governo não quer
ouvir críticas, o governo não quer ser
fiscalizado, o governo é autoritário”,
reclamaram alguns vereadores presentes
no encontro. Aliás, depois do embate
de domingo, os parlamentares se
limitaram a falar pouco, emitindo apenas
opiniões do tipo: - A reunião foi
cansativa e não trouxe nada de novo,
exceto mais discussões.
A ordem da direção petista é não
tornar público o debate.
A população não pode saber, por
exemplo, que o prefeito e seus secretários
foram acusados de “faltar com
a verdade” pela vereadora Jussara
Carpes. Na verdade, ela foi mais direta,
utilizando-se da palavra mentiroso.
Ela não quer falar sobre o assunto.
Pílulas Políticas questionou a
vereadora, mas ela disse que foi feito
um acordo para não levar a reunião à
imprensa.
Outro ponto de discussão que teve
a ver com Jussara Carpes foi enfatizado
no seu pronunciamento, nesta segunda,
na tribuna da Câmara, quando se
referiu ao restauro do prédio público
histórico da Hidráulica. A vereadora
destacou que a inclusão no edital e o
programa para o restauro foi um estu
do dos funcionários de quadro do
DAEB, tudo dentro da legalidade e os
documentos estão ao dispor. Mas, afinal,
por que ela disse tudo isso? Simples.
Porque na reunião do PT, houve
quem insinuasse superfaturamento,
tentando uma ameaça. A vereadora
não engoliu a tentativa de intimidá-la.
Trocando em miúdos, o prefeito não
quer saber dos vereadores do seu partido
criticando o governo do jeito que
estão criticando. Os vereadores que
criticam não identificam o prefeito
como alguém que mereça confiança.
O prefeito não está errado ao recusar
inimigos na trincheira, o problema
é a forma como trata disso.
A ex-vereadora Téia Pereira lembra,
por exemplo, que a inclusão de
Paulinho Parera na Comissão de Ética
do partido dormita em algum lugar da
bonita casa da Tupy Silveira, sede do
PT. O pedido foi feito quando ele chamou
os vereadores de “cambada de
sem vergonha”. No entanto, Téia estranha
tanto denodo e afinco para impedir
a CPI que vai começar e o empenho
para fazer valer a comissão de ética
agora, contra os vereadores.
Alguns petistas apostam que na
comissão de ética, os vereadores serão
fritados e expulsos. Não é isso que
a direção estadual quer, mas esta descobriu
que não haverá acordo em Bagé.
Vão tentar uma trégua e colocar panos
quentes nessa briga que terá o
fim do primeiro round após as eleições
de 2012. Com ou sem Dudu no poder.