Para quem chegou até este blog por acaso ou engano:
Aqui se escreve sobre a política e o modo de viver de uma cidade chamada Bagé, localizada no Sul do Rio Grande do Sul, um Estado da República do Brasil, no continente Americano do Sul. Aqui também se ironiza e se cultiva o bom humor, mas principalmente, lembra-se às autoridades que não se legisla ou governa de qualquer jeito, sem responsabilidade ou sem o olhar envolvente de quem está atento às coisas do mundo.

quarta-feira, 2 de novembro de 2011



Abóboras, céus, nuvens
e eleição polarizada


Se a carruagem andar do jeito que está andando, 
as abóboras se acomodarão para uma polarização
na corrida eleitoral à Prefeitura de Bagé 2012, 
entre o atual prefeito Du d u   C o l omb o
e   a   v e r e a d o r a Adriana Lara. O quadro do momento
aponta para esse caminho,
mas política é como o céu de Magalhães Pinto, 
o governador de Minas Gerais que morreu em 1996.
Ele é o autor da frase: “Política é como nuvens no céu,  a gente olha está de um jeito, olha de novo e está de outro.” 
Com toda a certeza, o PT do prefeito Dudu vai fazer de tudo para que o céu atual não continue. Não é à toa que está em peregrinação pelas rádios da cidade, não é à toa
que anuncia obra que nem sabe se concluirá, inaugurando assinatura de contrato e rodando carro
chapa branca com alto-falante a passear pelos bairros 
e centro grit a n d o  
 a o s   q u a t r o   v e n t o s   u m a “Bagé cada vez melhor”. 
Se o PT constatar que a estratégia não está
distanciando o prefeito de Adriana Lara na preferência popular, apelará para a concepção de uma terceira ou quarta via. Algo que possa embaralhar o pensamento dos menos avisados e dividir os votos da oposição. Argumentos e vaidades não faltam para que isso aconteça.
No entanto, é melhor para Dudu que aposte em seu governo, que demonstre ação, real, concreta, objetiva. 
A cada momento em que fala do Plano de Desenvolvimento como algo grandioso e que pode mudar o perfil econômico da cidade, parece que está tentando apalpar uma nuvem de fumaça. A população ainda não reconhece no plano a ferramenta maciça que o prefeito alardeia como revolucionária.  Talvez, porque não seja, mesmo.
O povo enxerga o asfalto que contém a poeira, o posto de saúde
que não permite fila, a escola que oferece uma perspectiva melhor de
futuro e o emprego que dá o sustento, emprego visível, sólido, consistente.
Há menos de um ano para a eleição, o povo começa a reconhecer o proselitismo político e aceita, se
o próximo passo for uma ação concreta para seu benefício. Meias palavras, meias verdades ditas
em emissoras de rádio, como uma provável hipótese de obra futura,
tem a efemeridade de um discurso de palanque e se esvai na concepção popular como a água da chuva se perde em Bagé, sem contenção alguma.
No entanto, o prefeito tem um trunfo na mão.  A Barragem da Arvorezinha. Porém, segundo informações do canteiro de obras, a construção deverá, ainda, demorar dois anos para ficar pronta. E, aí, assusta.
Sem a barragem em setembro do ano que vem, o povo vai “gritar”.
Por outro lado, enquanto Dudu corre para mostrar obras concretas - e para isso tem a máquina
pública ao dispor -, Adriana Lara saltita na corda bamba de um mandato de vereadora sendo pedido
na Justiça. Alguém menos avisado poderia dizer que se ela perder 
o   m a n d a t o   t e m   o   i r m ã o   L u i s Au g u s t o ,  
 s e c r e t á r i o / d e p u t a d o , para ajudar, 
quem sabe oferecendo um posto regional no Trabalho e Assistência Social.
Não pode. A lei antinepotismo não permite. Nesse caso, paga por ser irmã.
Assim, sem máquina pública para mostrar obras e também sem o de sga s t e  de  uma  ge s t ão que nunca consegue agradar a todos,
 Adriana Lara vai no embalo da carroça, 
tentando ajudar as abóboras a se acomodar. Por isso, abusa da simpatia e diplomacia que possui e costura alianças políticas com um e outro, 
do PDT ao DEM. Isso sem contar que ganhou de presente o PSD,
 de Jussara Carpes, parceiro garantido no próximo ano. 
Apesar de tudo, não é possível esquecer as nuvens de Magalhães Pinto, porque o PP e o PMDB apostam que terão candidatura. E o PSDB concorda.
Agora que chegou novembro, muita coisa pode mudar, tanto no Executivo como no Legislativo. O segundo está mais próximo disso.


(Este texto foi publicado na edição do dia 2 de novembro do JORNAL FOLHA DO SUL, na coluna Pílulas Políticas)