Um poeminho
Pós 200 anos
Subindo a Sete,
Descendo a Sete,
Subindo a Sete,
Descendo a Sete de Setembro em outubro
primavera vai florindo
e a bela casa alguém destrói e como dói
saber que a paz de ontem esvai
enquanto aqui vou eu
Subindo a Sete,
Descendo a Sete,
Subindo a Sete,
Descendo a Sete de Setembro em outubro
- minhas calçadas, morros, praças,
esquecidos de crianças, danças
que ninguém percebe acontecer
enquanto aqui vou eu
Subindo a Sete,
Descendo a Sete,
Subindo a Sete,
Descendo a Sete de Setembro em outubro
como se findasse a vida
fim dos anos, fim de horas, fim do amor
na dor de nada fazer ou perceber
que fiquei quieto
Subindo a Sete
Descendo a Sete de Setembro em outubro
e um prédio oco branco esquálido
cai na minha cabeça - que eu mereça
o silêncio de me perturbar
por não querer desenvolver assim
me revolver até o fim
Subindo a Sete
Descendo a Sete de Setembro em outubro.