Para quem chegou até este blog por acaso ou engano:
Aqui se escreve sobre a política e o modo de viver de uma cidade chamada Bagé, localizada no Sul do Rio Grande do Sul, um Estado da República do Brasil, no continente Americano do Sul. Aqui também se ironiza e se cultiva o bom humor, mas principalmente, lembra-se às autoridades que não se legisla ou governa de qualquer jeito, sem responsabilidade ou sem o olhar envolvente de quem está atento às coisas do mundo.

terça-feira, 12 de abril de 2011

Água das Pedreiras: 
a crônica de um 
suicídio político anunciado
Rádio Difusora, em seu programa Jornal da Manhã desta semana, mostra à toda a região o grito de lamento e o pedido de socorro da população da Zona Leste de Bagé que não quer tomar a água da Pedreira, que não acredita existir um laudo que afirme que a água pode ser consumida e que está vendo com os próprios olhos o estado de impureza do líquido que chega em suas torneiras. 
Não foi por falta de aviso. Tomar essa atitude traria como consequencia um imenso prejuízo político ao prefeito. Mas, enquanto estava na Câmara de Vereadores sendo sabatinado, sem dar nenhuma satisfação aos parlamentares ou à população, Kiwal Parera, o diretor do DAEB, já havia ordenado a liberação da água da Pedreira 1. A ordem ocorreu no dia 4 de abril, segunda-feira.
Desde então, uma enxurrada de reclamações invadem os meios de comunicação, a Câmara e o próprio poder Executivo... 
Alguém poderá dizer que há comprovação técnica que a água pode ser consumida. E pode repetir quantas vezes quiser. 
O problema é que em política a vontade popular muitas vezes se manifesta por seu conhecimento, sua vivência, sua sabedoria. É algo etéreo, abstrato, além da compreensão científica.
Em resumo, utilizar e insistir com a água da Pedreira significa a morte política anunciada. 
"Ah, mas a situação é grave, o reservatório está secando e ali tem água suficiente para abastecer a população por mais 25 dias", dirá Kiwal Parera. 
É verdade. É isso mesmo. Afinal, logo a seguir a barragem estará pronta e ninguém lembrará disso... Exceto quando algum problema de saúde, seja ele qual for, conduzirá à lembrança da decisão do prefeito Dudu de liberar a água que o povo não queria beber. 
Política tem dessas coisas quase incompreensíveis. Inclusive com uma propaganda nos veículos de comunicação que não explica nada sobre o líquido que está chegando na casa dos bageenses com uma vazão de 80 litros por segundo. 
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