Para quem chegou até este blog por acaso ou engano:
Aqui se escreve sobre a política e o modo de viver de uma cidade chamada Bagé, localizada no Sul do Rio Grande do Sul, um Estado da República do Brasil, no continente Americano do Sul. Aqui também se ironiza e se cultiva o bom humor, mas principalmente, lembra-se às autoridades que não se legisla ou governa de qualquer jeito, sem responsabilidade ou sem o olhar envolvente de quem está atento às coisas do mundo.

terça-feira, 12 de abril de 2011

Publicado na edição de hoje do jornal Folha do Sul
O novo discurso do rei
O discurso do prefeito Luis Eduardo Dudu Colombo na posse do novo secretário de Cultura de Bagé, Sapiran Brito, na manhã de sábado, dia 9, foi conciso e objetivo. Além de agradecer a Roséli Safons pelo seu trabalho e saudar quem chega, o chefe do Executivo parecia sinalizar com uma tentativa de fechar bem o seu mandato em todas as áreas de governo. Um de seus jargões preferidos foi repetido - “nos ajudar a construir uma cidade cada vez melhor” -, porém carregava consigo a força de quem está caminhando para um atalho nessa estrada de gestor, que não aquela que ordena tudo fazer pela próxima eleição.
Em exercício quase simplório, porém embasado, de análise das palavras ditas, Dudu deixou à mostra um subtexto que sublinhava a frase: Não sou candidato à reeleição. 
Era isso que transparecia.  
As palavras do prefeito ecoavam como um pedido de conciliação, um pedido de união de esforços e forças para deixar seu nome na história da cidade como alguém que foi bem no exercício de mandatário maior de Bagé na passagem do bicentenário.
Basta lembrar que o convite a Sapiran Brito não quis nem levar em conta que esse é candidato a presidente do PDT e se conseguir o intento, seu caminho natural é realizar o sonho acalentado há duas décadas: ser prefeito de Bagé. Ou, pelo menos tentar como candidato, já que o PDT nunca deu essa oportunidade a Sapiran. E ele só conseguiu ser vice-prefeito em 1992 por um esforço hercúleo, ocasião em que aprendeu que o poder do prefeito é o de um rei, só ele manda, só ele tem o poder, vice não pode nada. 
Para corroborar esse comentário “quase surrealista”, um dia antes da posse do secretário, o prefeito Dudu conversou com o presidente da Câmara, Silvio Machado. Na pauta, o aparo de arestas de um mal entendido que ecoa de forma negativa em seu governo. Esta página não tem a informação do resultado concreto da conversa, mas sabe que o assunto girou em torno de um acordo de paz. 
Mas, se Dudu Colombo decidir não concorrer em 2012, deverá buscar um candidato de consenso, que possa unir as facções “inimigas” do PT, resumidas em dois nomes: o seu próprio e de Luiz Mainardi.
Esse nome, se houver, poderá impedir que um PT destrua o nome do outro PT que pode ser eleito nas próximas eleições municipais.