Para quem chegou até este blog por acaso ou engano:
Aqui se escreve sobre a política e o modo de viver de uma cidade chamada Bagé, localizada no Sul do Rio Grande do Sul, um Estado da República do Brasil, no continente Americano do Sul. Aqui também se ironiza e se cultiva o bom humor, mas principalmente, lembra-se às autoridades que não se legisla ou governa de qualquer jeito, sem responsabilidade ou sem o olhar envolvente de quem está atento às coisas do mundo.

quarta-feira, 13 de abril de 2011

Está no Jornal Minuano 
desta quarta, 13 de abril
Deputado questiona decisão
contra diploma de jornalista
Durante reunião no último sábado, a Sociedade Interamericana de Prensa (SIP) resolveu pedir ao Congresso Brasileiro que não aprove nenhuma das duas propostas que restabelecem a necessidade do diploma em jornalismo para o exercício da profissão.  A entidade argumenta que, em caso de aprovação, as duas Propostas de Emenda Constitucional (no Senado e na Câmara) irão violar a “Convenção Interamericana de Direitos Humanos e os princípios da Declaração de Chapultepec”, carta de princípios da qual o Brasil é signatário e que promove, entre outros temas, a liberdade de expressão como égide de uma sociedade igualitária e justa.
“Toda pessoa tem o direito de buscar e receber informação, expressar opiniões e divulgá-las livremente. Ninguém pode restringir ou negar esses direitos”, diz a SIP em seu pedido formal ao Congresso.
Para o deputado federal Paulo Pimenta (PT-RS), no entanto, os argumentos da entidade são completamente infundados, e sob vários aspectos. Autor da PEC 386/09, que versa sobre a volta da demanda do diploma, Pimenta, em entrevista ao Portal Imprensa, desqualificou o posicionamento da SIP sublinhando a composição da mesma, a qual, segundo ele, tem entre as empresas filiadas veículos de comunicação que pertencem a grandes conglomerados de mídia.
“A entidade representa o setor patronal, os donos da mídia”, disse Pimenta. Para ele, estes grupos são os principais interessados na precarização da profissão de jornalista, uma vez que interpretam a notícia como produto e buscam o barateamento da produção. O deputado rechaçou a afirmação de que o diploma representa uma barreira à liberdade de expressão e repudiou o fato de a entidade interpretar o jornalismo como um mero disseminador de opiniões.
“Esse é um argumento totalmente falacioso na medida em que eles tratam o jornalismo como opinião, e reduzem o tema à manifestação da expressão; como se o jornalismo fosse só crônica e comentário”, afirmou. Ainda que a SIP conte com a força das empresas que a compõem, o que, de certa forma, exerce influência sobre o Congresso, o deputado acha improvável que os parlamentares mudem de opinião em relação ao diploma.
“Esse debate tem dois polos: o interesse da sociedade em preservar a  informação que chega ao cidadão mediada por um profissional com formação técnica e humanista; e a visão cada vez mais empresarial que vê a notícia como uma mercadoria”, disse.
Sobre o diploma como último entrave à democratização do direito de expressão, Pimenta desafia a comprovação da tese: “Nesse período sem diploma, aumentou a liberdade de expressão? Diminuiu a concentração da mídia? No que se ampliou a liberdade nesse período? Me dê algum exemplo da divulgação de alguma informação que não era levada à mídia por conta do diploma”, indagou.