SILVIO MACHADO
DE VOLTA À PRESIDÊNCIA
O problema maior era a instabilidade que reinava no Legislativo de Bagé. Na semana passada, uma liminar impetrada pelo advogado Mateus Morais, a pedido dos vereadores Gustavo Morais, Omar Ghani, Paulinho Parera e Ruben Salazar, e concedida pelo juiz Roberto Coutinho Borba afastou Silvio Machado da presidência da Câmara.
No entanto, a defesa de Silvio Machado, realizada pelo advogado procurador jurídico da Câmara, Eduardo Deibler, alegava que a Presidência não é uma indicação partidária, mas da maioria dos vereadores, independente da sigla em que estejam. Na mesma linha, afirmação do próprio Silvio de que se fosse pelo partido, o eleito seria outro, já que o PT não queria saber de seu nome como presidente.
Assim, ainda com essa tese de defesa, foi-se ao desembargador de plantão do Tribunal de Justiça do RS Genaro Baroni Borges para suspender a liminar, o que logrou êxito. Silvio Machado volta a ser o presidente da Câmara de Bagé a partir de hoje.
Quanto a instabilidade, que abre este texto, está no clima de tensão que invadiu o legislativo na semana passada. Pois, se Gustavo Morais (ou outro) fosse eleito presidente, tomasse as rédeas da casa, implantasse seu modo de gestão, mas a liminar fosse suspensa, como acabou acontecendo, tudo voltaria a ser como é hoje, decisões deveriam ser revogadas, entre outras ações.
Porém, e aí é que está o interessante de tudo isso, Silvio Machado, Eduardo Deibler, Jussara Carpes, Adriana Lara, Divaldo Lara e Téia Pereira (e mais alguém nesse rol) já sabiam da decisão judicial desde as 21h30min de sexta-feira, dia 11 de novembro.
- Por que esse tempo todo de silêncio?
Perguntou esta coluna política ao vereador-presidente.
- Precisávamos saber até onde iriam com essa armação toda em torno do poder, de querer a presidência da Câmara, revela Silvio.
Sobre a a ação suspensiva da liminar, o vereador Gustavo Morais declarou o seguinte:
- O jogo está um a um agora. Será julgado o agravo, antes do mérito, o que deve ocorrer nos próximos seis ou sete dias.
Agravo é um recurso cabível contra a decisão de um juiz ou membro de tribunal.
Segundo Gustavo, há um clima “pesado” na Câmara.
- Não podemos aceitar a Mesa Diretora nessa bagunça que está, acusa.
Porém, Silvio Machado está considerando a decisão do desembargador Borges como algo definitivo até o julgamento do mérito, o que pode demorar. E se declara magoado com tudo o que está acontecendo no Legislativo.
- Poderíamos estar tratando de assuntos de interesse da comunidade, analisando projetos, fiscalizando o Executivo, mas emperramos nisso.
E arrematou:
- O Gustavo é visto em expediente na Câmara pela manhã e à tarde no Ministério Público, acusando ou se defendendo.
O presidente, que volta ao cargo, revela que agirá de forma diferente na Câmara.
Resta saber que diferente será o novo Silvio Machado que vem por aí.
JUSSARA X DUDU
Está previsto para janeiro, a renúncia do presidente para que Jussara Carpes assuma o comando da Câmara. A Lei prevê a possibilidade de renúncia com a assunção do vice após um ano de gestão. Eis o que forçará a corrida dos vereadores que tentaram tirar Silvio Machado da presidência na busca do mesmo objetivo. A ideia maior é impedir a chega de Jussara ao poder.
O prefeito Dudu Colombo não quer saber da ex-petista no cargo maior do legislativo bageense. Dudu e Jussara se conhecem muito bem, e do PT.