Para quem chegou até este blog por acaso ou engano:
Aqui se escreve sobre a política e o modo de viver de uma cidade chamada Bagé, localizada no Sul do Rio Grande do Sul, um Estado da República do Brasil, no continente Americano do Sul. Aqui também se ironiza e se cultiva o bom humor, mas principalmente, lembra-se às autoridades que não se legisla ou governa de qualquer jeito, sem responsabilidade ou sem o olhar envolvente de quem está atento às coisas do mundo.

quinta-feira, 7 de junho de 2012




Sobre  político lacaio 
e imprensa 


Tem um poema famoso do alemão Bertolt Brecht que se refere ao “analfabeto político” - aquele que estufa o peito e se orgulha de dizer que odeia política, mas não sabe ser ele o culpado por existir o pior de todos os bandidos que é o político corrupto, vigarista e lacaio.


Pois bem, quase nada mudou dos anos 30, quando o poema foi escrito, para os dias de hoje. E não é preciso ir à Alemanha, Rússia ou Brasília...
O vigarista e lacaio continua por aí e por aqui, mais próximo do que a gente imagina, mais ao nosso lado que pode detectar nosso vão conhecimento da vida cotidiana.
Mas, não é impossível percebê-lo. Pois tem duas caras, uma que se manifesta na multidão de eleitores, fingindo gentileza, e outra no recôntido das ações canhestras e espúrias dos gabinetes, onde bate à mesa e chuta palavras stalinistas aos quatro ventos.
Ah, o político vigarista e lacaio, abomináveL no Legislativo e no Executivo. Na Câmara de Vereadores e na Prefeitura.
E ele - que não aguenta críticas, mas não se manifesta no contraponto frontal, pois é sempre traiçoeiro, canhestro e baixo - é um lacaio. 
Então, sua obsessão passa a ser calar os críticos, assassinando a liberdade de expressão, a imprensa livre, o pensamento criativo, que move desenvolvimentos verdadeiros e sustentáveis como uma barreira a políticos como eles.
O vigarista e lacaio da política se infiltra na imprensa para poder calar quem pensa por si e fazê-lo pensar o seu pensamento vil.
Ainda por cima, depois de todas suas falcatruas ditatoriais, veremos esse vigarista maldizer os “governos de excessão do período militar”, vilipendiando-os como os criadores do pior momento da política brasileira. Mas, eles, são miniaturas de tais ditadores que acusam de “maiores maus”. E assim permanece, criticando e agindo como se fosse o arautos da democracia, da livre manifestação, da liberdade constitucional, sem aceitar que olhem seus defeitos, suas ações imperiais, suas mentiras, sua fábrica de monstros! Sim, pois um povo forçado a pensar o pensamento único, não passará de um monstro enjaulado, perdido, sem eira nem beira...  sem iniciativa.
Ah, o político vigarista e lacaio! Seu estadismo não passa da esquina de sua casa. Faz favores pueris, envaidece-se com os elogios de sua sala ou de sua caverna, onde estão os outros lacaios de sua predileção.
Ah, o político varejo! 
Tomara não fosse necessário escrever tal protesto com o objetivo de alertar a sociedade; tomara não fosse necessário avisar o leitor que este político existe, vive em Bagé e ronda pelas ruas como um zumbi risonho à espreita de teu voto, com o que se alimenta para ser mais canestro ainda, mais vigarista e lacaio!
Imprensa de minha terra, digam a verdade, vivam da verdade e sustentem a verdade - não a verdade inventada, mas a verdade verdadeira, pois esta pode viabilizar o desenvolvimento humano de uma cidade. 
É preciso parar o modelo que se instala em Bagé, onde só o “boletim oficial” vale e interessa, onde a mentira descarada sobrepõe-se a verdade, onde o dinheiro cala a imprensa. 
Uma cidade com a imprensa amordaçada está fadada ao desenvolvimento fútil, oco, lacaio! 
Gladimir Aguzzi (publicado pela primeira vez no jornal FOLHA DO SUL/Bagé - Maio/2012)