por Edegar Muza
Após a eleição comecei a assistir certas atitudes políticas que provocaram minha desconfiança. A prática do PT, desde sua fundação, era o debate interno em suas diversas correntes. Nunca vinha a público o que era debatido.
Na convenção para a escolha do candidato a prefeito de Bagé o bicho pegou. E isto veio a público. Mainardi apoiou de saída, contra sua vontade (dela) me pareceu, a Estefania Damboriarena. Tanto Dudu quanto Delvo teriam sido preteridos. Alguns chegaram a insinuar que o prefeito deveria ter ficado na posição de juiz, sem pender para lado nenhum. Ali começou a aparecer as pendengas internas. A convenção alterou alguns ânimos a tal ponto que pouco faltou para chegar às vias de fato. No segundo turno, sem a candidata do prefeito, a disputa do voto foi intensa, tanto é verdade que a diferença foi pequena.
Um ano após a eleição alguns setores começaram a controlar mais de perto o governo Dudu. E as desavenças foram sentidas na própria Câmara de Vereadores. O velho fogo amigo começou a funcionar. Lembro que comentei nesse espaço que o grupo do Mainardi estaria tentando desestabilizar o Dudu. Objetivo? A próxima eleição. O ex- prefeito queria (e quer?) formar uma equipe que pudesse ganhar a convenção. Encontraram a maneira criticando o governo e mostrando que ele não estaria seguindo o que prometeu. Não estaria dando continuidade aos projetos deixados pelo governo anterior. Chegou a tal ponto que Dudu teve que se manifestar (até então engoliu em seco) e pediu, via rádio, que mostrassem qual obra havia parado por falta de interesse de seu governo. Após isto ninguém mais se manifestou. Sinal, pelo menos para mim, que não encontraram.
Hoje o movimento das correntes está centrado na filiação de eleitores. E como estão trabalhando. Já viram que o caminho é reforçar seu “time” para tentar ganhar no voto dos convencionais. Isto, sim, é legítimo. Adriana Lara é uma candidata em potencial, porém sabe que seus apoiadores dentro do partido não somam votos suficientes para ser a vencedora. Ou seja, se ela quiser ser candidata a prefeito tem que mudar de partido. Já escrevi sobre o tema neste espaço. Mesmo porque, além de ter que enfrentar o Dudu, pode ter que enfrentar a Márcia Mainardi.
O Dudu, que já ganhou a eleição interna do próprio prefeito, agora com o cargo na mão tem mais seguidores. Este é o lado da situação. Sobre a oposição, por enquanto, está tudo parado. Falam em Fernandinho e Gustavo. Divaldo Lara pode se atirar ou não. O PDT namora a Adriana e pode formar dupla com alguém do PP. O nome falado é do atual presidente da Rural. Aí teriam o reforço do Guanaco, do Lara e do Afonso Hamm. No caso, o PT iria dividido.
Se o Dudu ganhar a convenção não terá no mesmo palanque a corrente do Mainardi. Se o candidato (a) do Mainardi vencer acontecerá o mesmo com a corrente do Dudu.
Que samba enredo! Ou não?