Para quem chegou até este blog por acaso ou engano:
Aqui se escreve sobre a política e o modo de viver de uma cidade chamada Bagé, localizada no Sul do Rio Grande do Sul, um Estado da República do Brasil, no continente Americano do Sul. Aqui também se ironiza e se cultiva o bom humor, mas principalmente, lembra-se às autoridades que não se legisla ou governa de qualquer jeito, sem responsabilidade ou sem o olhar envolvente de quem está atento às coisas do mundo.

segunda-feira, 14 de fevereiro de 2011

Todos os candidatos do PT
O Partido dos Trabalhadores de Bagé está tão dividido que começa a se articular para impedir a candidatura à reeleição do prefeito Luis Eduardo Dudu Colombo. 
Márcia Mainardi
Em 2007, quando Dudu lançou sua candidatura dentro do PT já sabia que teria de vencer o candidato  Delvo Oliveira, seu colega de Câmara de Vereadores. Algum tempo depois, descobriu que o prefeito Luiz Fernando Mainardi lançaria como sua preferida, a diretora do Daeb Estefania Damboriarena. O páreo era duro, mas Dudu não esmoreceu. Sua casa naquele início de batalha, na rua Fabrício Pillar, transformou-se em quartel general. Na sala verificava-se um mapa da cidade com núcleos de militantes petistas que buscariam votos a seu favor. O futuro prefeito tinha sua estratégia montada e seu grande adversário era Mainardi. 
No discurso de lançamento de Damboriarena, numa Câmara de Vereadores lotada, Mainardi disse uma frase mágica e cruel em campanha eleitoral: “Foi uma grande dificuldade convencê-la a ser candidata.” Pronto. Talvez isso explique sua derrota no primeiro turno das prévias: ela não queria estar naquela situação.Restou-lhe o último lugar. 
Adriana Lara, Silvio Machado e Jussara Carpes
No dia 18 de maio de 2008, Dudu vence Delvo OliveIra no segundo turno das prévias  do PT e se torna o candidato oficial. 1.779 petistas votaram, a diferença de votos foi de apenas 21 dizem alguns e 13 afirmam outros. A verdade é que a margem foi pequena.
Depois da vitória, Dudu Colombo viu o partido esboçar um esforço de união para vencer em outubro de 2008, o que não se concretizou na realidade, e os créditos da vitória que colocou o PT para comandar Bagé mais uma vez, devem-se a administração de Mainardi e a falta de consistência da oposição. 
Agora, em fevereiro de 2011, no 26º mês de administração de Dudu  na Prefeitura, a corrente PT Amplo e Democrático, que tem em Luiz Fernando Mainardi sua maior liderança no município, comanda a organização de uma estrutura para dar embasamento a um nome que possa enfrentar o atual prefeito em eleições  prévias para definir quem será o candidato a prefeito. 
Em 2004, quando Mainardi concorreu à reeleição não houve disputa, houve concordância.  
Ruben Salazar
O quadro atual é diferente e a culpa poderia ser só do ex-prefeito, que reclamou dos rumos diferentes da administração de Dudu, mas não é. A Câmara talvez seja a maior protagonista dessa desavença interna.  Vale lembrar que 2009 começou com 8 vereadores na base do governo e essa ampla maioria foi se desfazendo aos poucos. Hoje, o prefeito não sabe se pode contar com três vereadores. Ou seja, a maioria escorreu por entre seus dedos como água devido a sua inabilidade ou atitude de conta e risco.
Assim, com a fragilidade política acampada no Paço Municipal, nomes para ocupar a principal cadeira do Executivo surgem aos borbotões dentro do PT. De Ruben Salazar, um aliado do prefeito, líder do governo na Câmara, passando por Márcia Manardi, Jussara Carpes,  Adriana Lara e Silvio Machado. 
Há quem desfrute de prestígio histórico, outros de certeza de uma retomada do governo Mainardi e há quem tenha um grande apelo popular. Mas, nesse terreno movediço, vale lembrar que o secretário estadual do Agronegócio vai querer a palavra final. E, se um dia, ele inventou Estefania Damboriarena, quem garante que ele não invente outro nome agora? Alguns aprendem com a derrota, outros não.  
Mas, uma hipótese já rondou os corredores do petismo oficial bageense... o parecer desfavorável das contas de Dudu Colombo no Tribunal de Contas do Estado. Com uma Câmara “feroz” contra ele, um prejuízo político imenso e a ameaça de uma inelegibilidade, ninguém descarta a hipótese do próprio prefeito lançar um nome para o seu lugar, alguém do tipo Paulinho Parera.
Ah, e ainda há outra hipótese: Luiz Fernando de volta. Quem garante que em suas reflexões a saudade do comando geral não se manifeste com intensidade? As vezes, a felicidade está nas pequenas prefeituras.