Para quem chegou até este blog por acaso ou engano:
Aqui se escreve sobre a política e o modo de viver de uma cidade chamada Bagé, localizada no Sul do Rio Grande do Sul, um Estado da República do Brasil, no continente Americano do Sul. Aqui também se ironiza e se cultiva o bom humor, mas principalmente, lembra-se às autoridades que não se legisla ou governa de qualquer jeito, sem responsabilidade ou sem o olhar envolvente de quem está atento às coisas do mundo.

sábado, 26 de março de 2011

Teatro Infantil Proibido para Menores
de 16 Anos e outros que não votam
Silvana
no País
das Filiações
Silvana estava triste e sonolenta caminhando de um lado para o outro sem saber o que fazer. 
Amigas convidavam para passear, mas ela não queria, não via interesse em cinema, praça, festas... 
Silvana vivia inquieta... frustrada, irritada, entediada...
Um dia, seu amigo, um famoso “Fazedor de Mangas de Colete” conhecido por Dududadá estava passeando pela grama em frente à sua casa, quando Silvana perguntou:
- Dududadá?
- Sim? Falou comigo, plantinha amarela?
- Não, Dududadá. Não é a plantinha. Sou eu. 
- Óh, és tu? Que pena! Se fosse a plantinha minha vida ia mudar...
- Responde uma coisa pra mim, Dududadá. Há quanto tempo tu estás trabalhando na Câmara dos Fazedores de Mangas de Colete?
- Eu? Não sei. Não lembro. Mas, faz muito, muito tempo. Por que?
- Não sei... não sei. Eu estava aqui pensando que a vida assim, sem mandar em ninguém não tem graça.
- Mas, tu podes mandar em mim, se quiseres?
- Eu sei. Agradeço muito. É que não tem graça... Eu preciso de mais. Mais. Mais. Mais. Mais. Mais. Mais. Mais.
Stableft. Stableft (Onomatopeia de uma bofetada esclarecedora). 
Após a onomatopeia, Dududadá resolveu passear um pouco entre as plantas amarelas, enquanto Silvana remoÍa suas dores e decorava o caminho até o tédio e a depressão. 
E foi assim... que entre o nada e algo impossível de identificar que ela ouviu aquela voz chamando:
- Kinquizéo? Kinquizéo? 
Silvana levantou de sua tristeza e tentou encontrar a origem da voz, que não parava de repetir:
- Kinquizéo? Kinquizéo?
Então, resolveu seguir a voz que parecia caminhar entre a grama e as plantinhas amarelas de Dududadá...
- Kinquizéo? Kinquizéo?
No fundo do jardim de sua casa, Silvana viu a árvore enorme que já existia ali. A árvore estava maior ainda. Um dia, ela perguntou para seu amigo AlêMellô, especialista em verdes - disseram alguns, que árvore era aquela, tão grande. 
AlêMellô olhou firme nos olhos de Silvana e respondeu:
- É uma árvore enorme, enorme mesmo. É da família das "Enormis". 
A amiga ficou tão impressionada que prometeu dar de presente a Alê Mellô, o dia que  tivesse poder, um ministério que cuidasse de todas as árvores de seu futuro reino. 
Mas, voltando à perseguição da voz que parecia caminhar dizendo: - Kinquizéo!
Silvana percebeu que o som surgia do interior da árvore, ou do fundo, ou ela estava ficando louca. E foi parada diante daquele vegetal enorme, querendo se enfiar em seu tronco, que ouviu outra voz, desta vez atrás de si. Era Dududadá.
Dududadá - Kinquizéo?
Silvana - Ouvisse? Tu ouvisse? 
Dududadá - Kinquizéo não era um antigo reino de tua família?
Neste momento, Silvana jurou que era predestinada a ter um reino, ter o poder. Sim, a família real dos Kinquizéo e dos CaicaiThano certa vez se uniram e foram muito fortes. Então, aquilo que ouvira era o chamado do poder?
Mal refletiu sobre essa possibilidade e Silvana se jogou de cabeça no oco da árvore. E sumiu. 
Dududadá em desespero tentou fazer o mesmo. Precisava entrar naquela árvore. 
Como? Por onde Silvana entrou? De que jeito? A verdade é que ele não tomava uma decisão, não conseguia, faltava-lhe algo para isso. A única solução era alguém empurrá-lo para a árvore, pois se dependesse dele.... 
Continua...